quarta-feira, dezembro 30, 2009

Resquícios de Mim


Chamei-te
mas tu não me ouviste.
O punhal que trazia cravado na alma
falou mais alto que a minha voz,
abafou a dor que em mim ecoava.

Para quê inteirar-me da tua presença?
Se tudo o que sinto é um infinito vazio
que me prende o corpo e me esmaga a alma.

No tempo que se desfaz como pó
ficou a lembrança do teu corpo,
do dia que correu
do amor que não aconteceu...
Estou de volta
à imensa incerteza do teu toque,
do teu cheiro,
à incerteza da tua voz
que eu não sei
se murmurará
ao meu ouvido.

Maio de 2004.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Espelho Meu, Espelho Teu

e sufoca-me, e esmaga-me.

rasgo a pele, rasgo a carne para atenuar a dor.

mas não lhe consigo chegar.

parto-me em lágrimas, desfaço-me no chão.

no tempo, onde o tempo parou, fico suspensa e desepero pela queda.

porque partiu e mais não volta. e o inverno vai longo e sombrio.